Folia impulsiona turismo, comércio e serviços, gerando receitas e oportunidades de emprego
Fontes para essa matéria: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC); Plataforma Booking.com; Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE); Ministério da Cultura (GOV.br); Fast Company Brasil/Money e Forbes Money. | Imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil; Alexandre Macieira/Riotur e Gettyimages (Forbes Money)

O Carnaval de 2025 está chegando ao fim, mas ainda continua no coração dos foliões e nos números da economia brasileira. A festa continua sendo um dos maiores motores da economia brasileira. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a previsão é de que neste ano, seja movimentado cerca de R$ 12 bilhões em todo o país, um crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior. Esse total abrange todas as regiões do Brasil, mas o impacto pode ser ainda maior nas cinco principais capitais carnavalescas – Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Salvador – que, juntas, injetaram R$ 14,4 bilhões na economia. As capitais, com grande concentração de turistas e atividades, desempenharam papel fundamental nesse aumento.

O gráfico ilustra a diferença entre o faturamento total do Carnaval em todo o Brasil e o impacto nas cinco capitais que concentram a maior parte das receitas. Além de movimentar bilhões, o evento impulsiona a criação de empregos temporários, especialmente nos setores de turismo, transporte e alimentação. No Rio de Janeiro, por exemplo, a previsão de geração de 50 mil postos de trabalho e um faturamento de R$ 5,5 bilhões.

Os setores mais beneficiados são os de bares e restaurantes, transporte e hospedagem. Com uma arrecadação de R$ 5,4 bilhões, a alimentação é a principal fonte de receita, seguida pelo transporte de passageiros, com previsão de R$ 3,31 bilhões, e pelo setor hoteleiro, com faturamento de R$ 1,28 bilhão. A alta demanda por hospedagem reflete o grande fluxo de turistas, tanto nacionais quanto internacionais, que lotaram as principais cidades carnavalescas. O Rio de Janeiro, por exemplo, foi considerado o segundo destino mais procurado do mundo durante o período, atrás apenas de Dubai, de acordo com a plataforma Booking.com.

Já este segundo gráfico, detalha o faturamento de cada um dos principais setores econômicos beneficiados pela festa. O comércio também é muito aquecido pela folia. Em São Paulo, a região da 25 de Março, um dos maiores polos comerciais do Brasil, registrou um aumento nas vendas de fantasias e adereços. Pequenos empreendedores e ambulantes aproveitaram a oportunidade para gerar renda extra, oferecendo desde comidas e bebidas até serviços inovadores, como fotografia analógica e produtos personalizados. Além disso, o Carnaval incentivou iniciativas sustentáveis, como a reciclagem de resíduos, com projetos que garantiram uma fonte de renda para catadores e cooperativas responsáveis pela coleta e reaproveitamento de materiais descartados.
A inflação também sai nos blocos e custa no bolso dos foliões

Apesar dos benefícios econômicos, o Carnaval de 2025 também gerou um aumento nos custos para os foliões. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), os preços de produtos e serviços relacionados à festa subiram, em média, 4,42% nos últimos 12 meses. O aumento dos impostos sobre itens como fantasias e bebidas alcoólicas, que podem chegar a representar 57% do valor final, contribuiu para essa elevação nos custos.
Mesmo com o aumento das despesas, a grandiosidade do evento e a tradição que atrai milhões de brasileiros e turistas internacionais permanecem inalteradas. Para muitos, o Carnaval é uma oportunidade de celebração e também de geração de renda extra. Com um impacto que vai muito além das ruas e blocos, o evento reforça sua importância como um dos maiores impulsionadores da economia criativa e do turismo no Brasil.