Coletiva de imprensa revelou bloqueios judiciais, situação da saúde, educação e dívida de quase R$ 1 bilhão

A Prefeitura de Ilhéus convocou a imprensa local na manhã desta quinta-feira (8) para uma coletiva com o prefeito Valderico Júnior e o secretariado municipal. O objetivo foi apresentar um balanço inicial da gestão e os principais desafios enfrentados nos primeiros quatro meses de governo.
Durante o encontro, o prefeito destacou que a administração tem buscado reorganizar os serviços básicos diante de limitações estruturais e financeiras. “Esse não é um governo meu. É um governo por Ilhéus, feito com secretários, servidores, vereadores e com a população. Encontramos a prefeitura em uma situação difícil, mas estamos trabalhando com diálogo e responsabilidade”, afirmou. Ele também comentou sobre a manutenção da iluminação da ponte Jorge Amado. “Apesar do silêncio do Governo do Estado, assumimos a responsabilidade. Quem paga a conta é o povo e nós não vamos aceitar Ilhéus no escuro.”
A secretária de Saúde, Sonilda Mello, informou que a pasta encontrou contratos em atraso com prestadores de serviços. “Reabrimos o posto da Lagoa Encantada e estamos realizando mutirões em comunidades da zona rural. Além disso, estamos renegociando com clínicas e fornecedores para manter o atendimento à população.”
Na área da Educação, a secretária Evani Cavalcante relatou problemas estruturais em algumas unidades escolares. “A escola Teotônio Vilela, por exemplo, foi recebida sem mobiliário. Os alunos foram realocados e já iniciamos processos para aquisição de equipamentos”, disse. Segundo ela, o ano letivo foi iniciado com 93% das escolas funcionando.
O secretário de Gestão, Cristiano Carvalho, apresentou dados sobre a dívida do município, que soma R$ 929.032.001,17. Desse total, R$ 456 milhões são referentes a precatórios, R$ 186 milhões a restos a pagar e R$ 240 milhões a débitos fiscais. “Entre janeiro e abril deste ano, tivemos mais de R$ 42 milhões bloqueados judicialmente, sendo R$ 11,5 milhões apenas em abril. Isso compromete diretamente a capacidade de execução do orçamento municipal”, explicou.
Valderico também comentou o impacto da dívida. “Se desligássemos toda a estrutura da prefeitura por um ano e meio, ainda assim não seria suficiente para quitar esse valor. É uma situação que exige medidas contínuas de ajuste.”
Entre as ações anunciadas para contenção de despesas está um leilão da frota municipal, que incluirá ônibus, ambulâncias, carros de passeio e motocicletas. “Estamos adotando medidas para melhorar a gestão e reduzir os custos operacionais”, afirmou o prefeito.
A coletiva reuniu ainda secretários das pastas de Infraestrutura, Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Fazenda e Procuradoria-Geral. O prefeito encerrou reforçando a necessidade de cooperação institucional e participação da sociedade. “Nenhuma solução será isolada. Vamos buscar caminhos com diálogo e planejamento”, disse.